palpáveis e óbvios para te amar. Você é bonito, seu abraço é quente, seu  sorriso tem mil quilômetros iluminados, seu humor me faria rir 100  encarnações e você é bom em tudo, mesmo não querendo ser bom em nada.  Seu coração é gigante, tão gigante que você, por medo, prefere a  superfície. Eu segui amando e redesenhando cada dobrinha da sua pele,  cada cheiro escondido dos seus cantinhos, cada cílio torto, cada risada  alta, cada deslumbre puro com a vida, cada brilho nos olhos quando o mar  estivesse bonito demais. Cada preguiça, cada abandono, cada estupidez,  cada limitação, cada bobeira. Amava seus erros assim como amava os  acertos, porque o que eu amava, enfim, era você. E eu me perguntava,  quase já sem aguentar mais, sem entender tamanha entrega burra, quando  isso finalmente teria um fim. Quando minha coluna ia voltar a ser ereta,  minha cabeça erguida e meus passos firmes? Quando eu iria superar você?
