terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O botão errado

Rapaz, é assim mesmo. Você sabe que a opção certa é a B e você acaba escolhendo a C. Sabe que leite gelado faz o bolo ficar "solado" e mesmo assim o utiliza. É como contratar atacante que não faz gol. É como provar do caldo de cana daquela barraca que você já sabe que é amargo. Sabe-se que a dita cuja é inútil para cuidar das crianças e mesmo assim a delega tal função. Amigo meu, é como tacar alcool na brasa e não querer que ela se alastre. Taca o azul no amarelo para ver no que dá. Aperta o botão errado para ver no que dá.
Agora, cá entre nós, apertar o botão novamente para quê? Cornélio já tinha a sugestão em seu nome pecaminoso. Casou-se com Terezinha Corrimão. Não farei mais delongas na história. Entenda. Se a fruta é adúltera porquê motivo, razão ou circunstância o moribundo vai casar-se com a penduradora de objetos bem identificados nas testas alheias? Porque tu, comerciante de cada esquina, vai permitir o famoso fiado se a dona pomposa não pagou os últimos três meses de dívida?


Chuta com a perna do joelho ruim? Duvido. Visita a sua amiga e ao entrar novamente na casa dela escutando novamente a famosa frase do "não se preocupe, ele não morde, é treinado" depois de um dia ter sido mordido. Vai confiar? Vai confiar no último mentiroso? Vai confiar na metereologia que diz que fará sol justo no dia que tanto chove?


Canalha daqueles que tem a cara de pau ou a ausencia de amor próprio para mesmo assim confiar na opção que se fez convicta de errada. Mas se o cara quer casar-se com ela, deixa. Vai ver é por amor. Se quer confiar no último mentiroso, deixa. Vai ver o cara se redime. Mas eu, particularmente, não tenho ingredientes sobrando para tentar fazer o bolo outra vez, nem esperarei algumas das crianças caírem do sétimo andar para atestar que a mulher não é cuidadosa com as infelizes. Não vou apertar o botão errado uma vez mais. Você quer apertar o botão errado por mais esses anos? Então não reclame. Um dia restará o último fósforo no meio do nada, com frio e solitário. Vai arriscar a última chance? Vou apertar o botão que nunca apertei mas não aperto o que já deu errado. Ah, claro. Ainda temos que saber que entre saber qual o botão errado e não saber qual é o botão certo corre um oceano de piranhas disfarçadas de peixe nobre e tubarões disfarçados de golfinhos dóceis. E olha que vivo em um país no qual as pessoas tem vocação para sofrer e serem felizez assim mesmo. Vá entender

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Gossip Girl

Pinóquio ainda quer ser gente ?

Os bonecos não tem mais inveja nenhuma dos humanos. Os robôs, em outros filmes, por alguma falha no sistema (quer coisa mais humana que uma falha?) passavam a querer ter desejo ou, melhor ainda, desejavam ter desejo. Desejavam poder ter o gosto de um tempero espanhol, ter preguiça de que acordar cedo amanhã de manhã, pular do farol, ter a emoção de um gol no final. Mas imagina agora se algum desses vai querer ser humano. É gente que mata, gente que muito mente, gente que muito rouba, gente com muito rancor, gente que nem é gente mas é muita gente. Aí o Pinóquio vai querer ter um coração para quê? A Fada Azul ficaria roxa de vergonha e nem perdoaria esse meu trocadilho desumano. Aqui estão um boneco de madeira, uma fada, um robô. Estes parecem ser seres mais interesantes que o que eles querem ser. Humanos? Gente? Pessoa assim como a gente vê? Mas os humanos, afinal, só devem estar querendo uma coisa: ser robôs. E nem isso eles podem ser. E Pinóquio, boneco de madeira que queria ser gente, hoje em dia provavelmente não teria a menor vontade.