quarta-feira, 29 de junho de 2011

Direitos iguais

...ele me chutou. Com dignidade: me levou para jantar e discursou sobre sua incapacidade de amar — ainda mais uma mulher maravilhosa e incrível como eu. Também fui digna.  Somente ouvi tudo e fui pra casa.Desde então, porém, ao encontrá-lo em festas, reuniões ou redes sociais, sempre dou um jeito de comunicá-lo sobre sua ignorância em não me querer. Se não me queria, para que dizer todas aquelas coisas fofas? Se não me queria, por que tantas juras de amor e conchinhas e quentinhos e trocas e momentos lindos? E isso e aquilo e mais um pouco. Hoje em dia, ele, com razão, muda de calçada ao me ver. Não tem nada mais deprê do que cobrar sentimentos do outro. Dá mesmo raiva quando alguém não gosta da gente, mas querer que a pessoa também sinta raiva de si mesma por não gostar da gente é doença. O desgraçado tem o direito de não gostar de mim, assim como tenho o direito de não curtir o tio careca. No entanto, no fundo, bem no fundo, uma vozinha grita: “Direito o cacete! Não sou uma tia careca. Sou legal, bonita!” E quase tenho de me controlar pra não largar este texto na metade e ligar pra dizer que o desgraçado é:
1) metido,
2) arrogante,
3) nojento,
4) escroto.
Com tantas evoluções espirituais, científicas, psiquiátricas, físicas e econômicas, só ficamos mais egocêntricos e infelizes. A verdade é:
1) tio careca, você é um babaca de pensar que eu tenho a obrigação de gostar de você;
2) rapaz que me deu um fora em agosto do ano passado, você é um babaca por não gostar de mim;
3) pelo menos na babaquice, fazemos um belo triângulo amoroso.

Tati B.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tem isso de bom

Não é que seja exatamente corajoso, meu coração tem é isso de bom: não ocupa espaço com mágoas e, com o tempo, ele se tornou desmemoriado pra assuntos de frustração. Quando me dou conta, lá está ele amando de novo, sorriso de orelha a orelha, com tal frescor que parece que nunca foi ferido. Dá, sim, pra ver uma cicatriz aqui e ali, outras mais adiante, que cicatriz não morre, mas ele não liga. Nem eu. Não é que seja exatamente teimoso, meu coração tem é isso de bom: gosta de amar.
Eu também.
 
 
 
 
Ana Jácomo

Homens de hoje em dia

HOMENS ESTÃO ESQUIZOFRÊNICOS: Eles estão mais carinhosos, passionais e atenciosos. Mas por outro lado, eles ainda querem ser “o macho” e homens melhores do que foram seus pais e avós.
HOMENS ESTÃO COM PROBLEMAS SEXUAIS: Toda essa pressão afeta muito a vida sexual dos homens, que têm reclamado muito de falta de libido. Muitos até largam as mulheres com medo de fazerem feio na cama.
HOMENS NÃO QUEREM CASAR CEDO: Se um homem sente que é um bom partido, ele não terá pressa de casar. Quanto mais mulheres no pé, mais eles vão se dar ao luxo de deixar para a última hora.
HOMENS AINDA SE SENTEM AMEAÇADOS PELO SUCESSO DA MULHER: Eles estão até gostando de poder compartilhar mais os problemas e os sonhos. Mas o esquema é “ela paga mais dessa vez e eu pago mais da próxima. Homem odeia que a mulher decida tudo. Eles precisam contribuir e, ainda mais importante: sentir que têm com o que contribuir.
HOMENS GOSTAM DE VIVER UM “BROMANCE”: Namorar a melhor amiga faz com que o homem fale mais a respeito das suas angústias, dúvidas e sentimentos. O que só melhora a relação.
COMENTÁRIOS DESSA COLUNISTA: Reli mil vezes essa matéria tentando pegar um gancho para tirar sarro, ironizar ou atacar. Mas não rolou. A matéria está perfeita. Concordo 100% com tudo o que está escrito. Vocês estão realmente esquizofrênicos com tanto espaço para aflorar as sensibilidades (coisa que o avô e o pai de vocês não ensinou) e, em paralelo, lidam com as cobranças de um mundo ainda mais cruel, rápido e exigente que o da época de seus antepassados. Isso tudo dá um monte de nó na cabeça e no pinto. A melhor amiga, nessas horas de sofrimento, saem como uma opção bem melhor que uma gostosinha que só quer se divertir e pouco se importa com o que passa de mais angustiante nesse peito. Mas vocês enrolam a melhor amiga, afinal, são várias gostosinhas que só querem se divertir e pouco se importam com o que passa de mais angustiante nesse peito. E no meio dessa confusão toda, se uma mulher compra um carro melhor que o seu, aposto que rola um analista. Concordo muito com essa listinha macabra da Cosmopolitan. E vocês?

Tati Bernardi.

domingo, 26 de junho de 2011

Desejo que você tenha sabedoria para entender tudo que se passa, e tb muito equilibrio. Desejo que tudo deixe de ser nada e que seus sentimentos saiam da cabeça. E que acima e apesar de tudo te reste Fé, alia que você todo dia aprenda a tê-la. Que seus sonhos estejam sempre prontos para mudar o seu rumo, seu mundo... Que você preserve as pessoas que estão ao seu lado, mas não todas. Apenas aquelas que estejam dispostas a estar contigo quando o sol se pôr. Por onde quer que você passe, que Deus te guarde. Que Ele esteja sempre te livrando do passado amargurado, deixando as boas lembranças, para a construção de um futuro quem sabe melhor. Enfim, que você caminhe ao encontro de si próprio. E que essa caminhada seja boa . 


Feliz Aniversário.

sábado, 25 de junho de 2011

Carpe Diem

As operações matemáticas da vida contrariam as regras da ciência , na vida as operações se contradizem , não respeitam a lógica, na vida nada é simples ou absoluto.
As somas muitas vezes se transformam em subtrações , elas parecem estar paralelas mas em sentidos opostos , quando somamos mais um dia aqueles que já vivemos automaticamente também subtraímos um dia daqueles que nos restam para viver , quando multiplicamos nossos sonhos também acabamos dividindo o nosso tempo, com isso a vida acaba se transformando para muitas pessoas em uma equação insolúvel , onde todos estão debruçados tentando obter o resultado final , sendo que na realidade o importante não está no resultado final, mas nas formas como você conseguiu equilibrar estas operações na vida. O que afinal entendemos por aproveitar o dia presente se vivemos aprisionados entre o passado e o futuro. Vivemos atormentados pelas nossas ações passadas que não podem mais ser alteradas , parecemos expectadores cativos do mesmo velho cinema abandonado onde nas madrugadas frias reprisa filmes de terror contendo somente os melhores momentos de nossos próprios erros e pecados, e ao invés de aprendermos com nossas falhas e arquiva-las , apenas voltamos á bilheteria para comprar um novo bilhete para a próxima sessão. Ficamos sonhando ansiosos com um futuro que somente existirá se soubermos equacionar adequadamente as nossas  ações no presente. A solução para a equação da vida está no momento presente , é o resultado das suas atitudes e decisões agora , hoje , neste exato momento em que você está  lendo esta linha do texto. Não existe viver ontem ou amanhã, somente o HOJE. Por isso Carpe diem.

para colorir

Não tenho culpa se meus dias têm nascido completamente coloridos e os outros cismam em querer borrar as cores. Também não tenho culpa se meu sorriso é de verdade e acontece por motivos bobos, mas bem especiais! Não tenho culpa se meus passos são firmes...  Não sou perfeita,  tropeço e caio de vez em quando, aliás, eu caio muito porém levanto mais rápido e no fundo do meu poço tem uma mola!
Meus olho ultimamente têm tido um  brilho diferente e cada dia mais brilham mais diferente ainda...  e começo a me preocupar, pois tenho medo da velocidade dessas alterações...
E no meu mundo mais lindo e completo não consigo entender a existência de algumas pessoas. Mas o mundo aqui não é dos mais justos mesmo. Compreendo. Mas mesmo assim, eu tenho bastante lápis de cor... Empresto pra quem quiser pintar a vida. Mas POR FAVOR... Não borrem a minha! (:

terça-feira, 14 de junho de 2011

Bolhas e Borboletas

Creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão... Ver girar essas pequenas almas leves, loucas, graciosas e que se movem é o que, de mim, arrancam lágrimas e canções. Eu só poderia acreditar em um Deus que soubesse dançar. E quando vi meu demônio, pareceu-me sério, grave, profundo, solene. Era o espírito da gravidade, ele é que faz cair todas as coisas. Não é com ira, mas com riso que se mata. Coragem! Vamos matar o espírito da gravidade! Eu aprendi a andar. Desde então, passei por mim a correr. Eu aprendi a voar. Desde então, não quero que me empurrem para mudar de lugar. Agora sou leve, agora vôo, agora vejo por baixo de mim mesmo, agora um Deus dança em mim!
Friedrich Nietzsche

Amar não é só bonito


(...) Mas não me importo. Não me iludo mais com promessas fáceis de amores eternos. A vida me mostrou, vez após vez, que nada do que vem correndo acaba por sossegar e se manter parado. Não existe essa possibilidade de amor sem história, sem derrotas, sem sangue pisado no coração, sem garganta trancada e nariz entupido de tanto chorar. Amar não é só bonito e, pra ser hora ou outra, é feio demais no caminho..." 
Rani Ghazzaou

domingo, 12 de junho de 2011

Desprenda-se

Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Fernando Pessoa

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Falta

No fundo eu sou de mentira, assim como você. E não é uma identidade que nos tornará real. Falta em você algum brilho, alguma individualidade, algo que te faça especial. Em mim esse brilho sobra e eu saio por aí espalhando, como se fosse bonito se perder em todo mundo só porque meu corpo não é suficiente pra me abrigar. E nós seguimos sendo nada, sendo só rosto marcante e nome fictício, enquanto você não descobre que eu leio sua insegurança e me disponho a curá-la e eu tenho preguiça de dizer.
Vou deixar você procurar em todas o que você só vai achar em mim, mas não vou te esperar. Quando você perceber, será tarde demais. Mas eu deixo você olhar, porque você é lindo calado e eu falo para uma platéia inteira. Se algum dia Manequim for objeto de palco, a gente se encontra.

Verônica Hess

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Se permita.

Não coma entre as refeições, mas se alimente a cada três horas. Trabalhe um terço do seu dia, faça exercícios regularmente, leia mais livros, mantenha-se informado, nunca pare de estudar. Troque seu carro anualmente, você precisa de um celular novo, seu anti-vírus está desatualizado. Faça check-ups duas vezes ao ano, pague plano de saúde, seguro de vida, IPTU, IPVA e outros impostos que você nem sabe que paga, nem pra que servem. Trabalhe, ganhe, perca. Inspire, respire e, se der tempo, suspire. Se. Se der tempo, faça uma viagem. Se sobrar um espaço na agenda, tire um dia pra você. O prazer é um luxo e deve ser racionalizado para os momentos de desespero, quando o peso da rotina ficar insuportável.
Essas regras não servem pra mim. Não tenho vocação pra bailarina, tenho fobia de linha reta, tenho o corpo livre, o espírito solto, sou do mundo, das pessoas, das conquistas, das novidades, vou construindo fatos e lembranças nas esquinas. A vida que tem lá fora gritou e eu não ouvi. Agora me movo a passos curtos, ziguezagueando por entre mudas de flores recentes que querem ser botão. Eu quero ser flor: quero terra viva que se mova e me faça mover.
Não acho prepotência pensar que o mundo está errado enquanto estou sozinha e correta. Estão construindo uma sociedade conformada e sem vontades, que acredita na criminalidade de seus sonhos e direitos. Temos professores que não ensinam, treinam. São treinadores que tomaram de nós todos os dias as falas decoradas, as regras, as frases feitas que serão questionadas numa prova que avalia de modo imbecil os jovens perdidos, selecionando e excluindo crianças do que chamam de vida. Despejando decisões eternas nas mãos de quem só quer brincar de ser gente. Eu protesto. Eu digo que há algo além das carreiras. Eu defendo que há um mundo inteiro longe dos escritórios e das vidas corretas. Eu apoio o fim do óbvio e das obrigações infundadas que surgiram em algum momento e ficaram por preguiça de ser mais. Mais nascer do sol, um bocado de sair mais cedo do trabalho, novas amizades e experiências jamais imaginadas. O medo nunca foi motivo de orgulho.
Olha, eu acho mesmo é que falta coragem. E tempo. Tempo de olhar em volta e coragem de bater de frente. Quando foi a última vez que você tomou banho de chuva sem se preocupar com o celular no bolso, os cartões do banco, a chapinha, o sapato que não pode molhar? As pessoas têm que se permitir. Aprender o atraso, o olhar em volta. Mudar o caminho de todos os dias e se perder no seu próprio bairro. É o que tenho feito, me perder. E devo dizer que estou muito feliz por não encontrar o caminho de volta.

Verônica Hess

terça-feira, 7 de junho de 2011

Que se exploda

“Explode em silêncio a frase pronta que você lançou:
“O tempo sempre cura toda e qualquer dor de amor”
Sem você, perco meu ponto de partida
Sim, eu sei, resta tentar tocar a vida
Mas não haverá alguém em seu lugar.”


Jay Vaquer

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O que eu tenho é fé


Vamos combinar que muitas vezes não há segredo algum, inimigo algum, interrogação alguma, nenhuma entidade obsessora além da nossa autosabotagem. A gente sabe que esticar a corda costuma encolher o coração, mas a gente estica. A gente sabe que nos trechos de inverno é necessário se agasalhar, mas a gente se expõe à friagem. A gente sabe que não pode mudar ninguém, que só podemos promover mudanças na nossa própria vida, mas a gente age como se esquecesse completamente dessa percepção tão sincera. A gente lembra os lugares de dor mais aguda onde já esteve e como foi difícil sair deles, mas, diante de circunstâncias de cheiro familiar, a gente teima em não aceitar o óbvio, em não se render ao fluxo, em não respeitar o próprio cansaço.

Eu pensava em todas essas armadilhas enquanto caminhava na Lagoa, um dia de céu de cara amarrada, um tiquinho de sol muito lá longe, tudo bem parecido comigo naquela manhã. Eu me perguntei por que quando mais precisamos de nós mesmos, geralmente mais nos faltamos. Que estranha escolha é essa que faz a gente alimentar os abismos quando mais precisa valorizar as próprias asas. Como conseguimos gostar tanto dos outros e tão pouco de nós. Eu me perguntei quando, depois de tanto tempo na escola, eu realmente conseguirei aprender, na prática, que o amor começa em casa. Por que, tantas vezes, quando estou mais perto de mim, mais eu me afasto. Eu me perguntei se viver precisa, de fato, ser tão trabalhoso assim ou se é a gente que complica, e muito. Como conseguimos ser tão vulneráveis, ao mesmo tempo que tão fortes. Somos humanos, é claro, mas ser humano é ser divino também.

Eu não tenho muitas respostas e as que tenho são impermanentes, como os invernos, os dias de céu de cara amarrada, os lugares de dor, os abismos todos, o bom uso das asas, os fios desencapados, as medidas e as desmedidas. Tudo passa, o que queremos e o que não queremos que passe, a tristeza e o alívio coabitam no espaço desta certeza. Eu não tenho muitas respostas. O que eu tenho é fé. A lembrança de que as perguntas mudam. Um modo de acreditar que os tiquinhos de sol possam sorrir o suficiente para desarmar a sisudez nublada de alguns céus. E uma vontade bonita, toda minha, de crescer.

Ana Jácomo

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mude!


Desaprender para aprender. Deletar para escrever por cima. 
Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá para renascer  várias vezes nessa mesma vida.  Basta desaprender o receio de mudar.




Martha Medeiros