Tantos pensadores falaram sobre a comunicação que, tantos já falecidos,  devem se contorcer no refúgio dos sábios com tanta troca de informação  que existe hoje em dia. E eu, cá com meus botões quase caídos, penso que  cheguei ao ponto de ebulição da comunicação. E é simples: quanto mais  perto, pior. Algum pensador disse que de perto todos são piores do que  se imaginava, ou algo assim... desconfio que tivera sido Nietsche o  homem a escrever tamanho pessimismo. E eu comecei a concordar.
Quanto  mais perto, pior. Esse é o maior conceito da comunicação moderna se  levando em conta que a informação não apenas chega ligeira na sua  televisão, no seu jornal, no seu computador e no seu celular. A  informação chega rápida e cuspida. E é por isso que reparamos tanto no  pior do homem. Não é o apressado que come cru. É que o apressado come  mosca, tropeça na moça que é a verdade. O facebook te apresenta isso. O  twitter te apresenta isso.
Pego como caso um ator famoso de  novelas. Novelas não, filmes. O rapaz resolve almoçar sozinho na feira  de São Cristóvão. Num determinado momento é visto conversando com uma  vendedora de tapioca. Algum qualquer tira uma foto pela câmera do  celular. Não preciso me esticar na suposição para dizer que terminou em  divórcio um simples fato cotidiano. E olha que tapioca não é uma coisa  boa assim.
Apenas acho que antigamente ao pedir a palavra o  texto era melhor produzido, as falas eram mais pontuais, a informação  era mais relevante e todos eram, de fato, informados. Nem toda palavra  tem que ser dita. Nem toda hora é hora de falar. E nem tudo deve ser  espalhado por í. Uma sociedade quase que sem segredos. Por tanta  obscuridade sendo posta às claras nunca foi tão noite todos os dias. Por  isso, digo, um dos males do mundo é a comunicação  exarcebada. Afinal, todo mundo quer falar mas nem todo mundo quer ouvir.  E acabamos ouvindo.
 
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