quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Comum

O lugar comum é gostoso de ir. Metade do mundo vive lá. A outra metade quer chegar lá. Não sei quem é de verdade, quem é de mentira. Vai ver nem saberemos.

É como uma fome. Ou você se arrisca na cozinha, faz um prato que demande trabalho, tempo e criatividade ou você nem pensa e vai ao shopping comer qualquer coisa. Ou você procura uma citação em algum livro que tenha lido ou você só leu literatura fantástica e prefere pesquisar no Google.
Existem dois mundos: O dos que fazem e o dos que recebem. Mas pra fazer tem que tentar. Pra receber tem que merecer. Outro dia o rapaz reclamava que não conseguia passar no concurso público. Ele mal estudou. Por vezes nem se inscreveu. Mas só reclamava que não passou. Outro dia a menina reclamou que ninguém queria namorar com ela. Bom, andar de cara fechada e trancada em casa não teria como fazer alguém se interessar por ela. Reconheço que alguns no mundo recebem sem merecer e fazem sem poder. Se sua mania for de olhar pra vírgula e não para a frase, tudo bem.
Até eu confesso cair no lugar comum de vez em quando. Sei cozinhar e não sei usar o microondas mesmo. Mas acredito que o mal do mundo é a preguiça. É o controle remoto, é Google, é o microondas, o fast food, a entrega, os downloads. São todos abusados. Não são opções, são prioridades. Talvez precisemos sair do lugar comum, afinal, quem a menina quer namorar não é comum, o rapaz quer passar no concurso para não ser mais comum.
É gostoso viver nesse lugar mas pra sair do rebanho você precisa ser mais que uma vaca que dá leite. Tem que dar leite, ser ecologicamente responsável, falar línguas. E isso só digitar no Google não lhe dá.

Um comentário:

  1. Isso é um soco na cara da sociedade! Mexam-se, crianças! Mais um texto que eu curti, parabéns K o/

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